Causas do Movimento das Placas

08-11-2010 22:02

    Movimento das placas baseado em dados de satélites GPS (NASA) JPL . Os vetores mostram a direção e a magnitude do movimento.

    Conforme foi referido acima, as placas movem-se graças à fraqueza relativa da astenosfera. Pensa-se que a fonte da energia necessária para produzir este movimento seja a dissipação de calor a partir do manto. Imagens tridimensionais do interior da Terra (tomografia sísmica) mostram a ocorrência de fenômenos de convecção no manto (Tanimoto 2000 ). A forma como estes fenômenos de convecção estão relacionados com o movimento das placas e assunto de estudos em curso bem como de discussão. De alguma forma, esta energia tem de ser transferida para a litosfera de forma a que as placas se movam. Ha essencialmente duas forcas que o podem conseguir: o atrito e a gravidade.

 

 

Atrito

Atrito do manto: as correntes de convecção do manto são transmitidas através da astenosfera; o movimento e provocado pelo atrito entre a astenosfera e a litosfera.

Sucção nas fossas: correntes de convecção locais exercem sobre as placas uma forca de arrasto ficcional, dirigida para baixo, em zonas de subduccao nas fossas oceânicas. As correntes de convecção são um fenômeno que ocorre devido ao calor que e produzido pelo núcleo terrestre, o que gera a subida de massas quentes no manto, enquanto que as mais superficiais que estão mais frias descem. Forma-se assim um gênero de "tapete rolante" que arrasta as placas litosfericas.

Gravidade

Ridge-push: O movimento das placas e causado pela maior elevação das placas nas cristas meso-oceanicas. A maior elevação e causada pela relativamente baixa densidade do material quente em ascensão no manto. A verdadeira forca produtora de movimento e esta ascensão e a fonte de energia que a sustenta. No entanto e difícil explicar a partição dos continentes a partir desta idéia.

Slab pull: o movimento das placas e causado pelo peso das placas frias e densas, afundando-se nas fossas. Há evidencias consideráveis de que ocorre convecção no manto. A ascensão de materiais nas cristas meso-oceanicas e quase de certeza parte desta convecção. Alguns modelos mais antigos para a tectônica de placas previam as placas sendo levadas por células de convecção, como em bandas transportadoras. Porem, hoje em dia, a maior parte dos cientistas acredita que a astenosfera não e suficientemente forte para produzir o movimento por fricção. Pensa-se que o arrasto causado por blocos será a forca mais importante aplicada sobre as placas. Modelos recentes mostram que a sucção nas fossas também tem um papel importante. No entanto, e de notar que a placa norte-americana, não sofre subduccao em parte alguma e ainda assim move-se. O mesmo se passa com as placas africana, euro-asiática e da Antártida. As forcas que realmente estão por detrás do movimento das placas bem como a fonte de energia por detrás delas continuam a ser tópicos de aceso debate e de investigações em curso.

Atrito lunar: num estudo publicado em Janeiro-Fevereiro de 2006 no boletim da Geológica Society of America, uma equipa de cientistas italianos e estado-unidenses defende a tese de que uma componente do movimento para oeste das placas tectônicas e devida ao efeito de maré produzido pela atuação da Lua. A

Medida que a Terra gira para este, segundo eles, a gravidade da Lua vai pouco a pouco puxando a camada superficial da Terra de volta para oeste. Isto poderá também explicar porque e que Venus e Marte não tem placas tectônicas, uma vez que Venus não tem luas e as luas de Marte são demasiado pequenas para produzirem efeitos de maré sobre este planeta [4]. Ainda assim, não se trata de uma idéia nova. Foi pela primeira vez avançada pelo "pai" da hipótese da tectônica de placas, Alfred Wegener e desafiada pelo físico Harold Jeffreys que calculou que a magnitude do atrito provocado pelo efeito de maré que seria necessária, teria causado a paragem da rotação da Terra ha muita tempo. De notar também que muitas das placas na realidade movem-se para norte e este, não para oeste.

O movimento das placas e medido diretamente pelo sistema GPS.